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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O Senhor dos Ladrões


O Senhor dos Ladrões
Companhia das Letras
Cornelia Funke - 367 páginas

Simplesmente emocionante. No meu caso, esse foi aquele livro que chama a atenção de uma maneira como nenhum outro jamais chamou e a vontade de ler suas paginas é incontrolável. Mesmo assim, esse também foi o tipo de livro que depois de certo tempo lendo se torna um fardo. Porém, depois de ambos os lados cheguei há uma conclusão: Uma história magnífica com grandes personagens e um final comovente com um erro, seu tamanho. Houve uma extensão no meio da história que talvez não fosse tão necessária e possa causar certo tédio em alguns leitores desavisados. Vou tentar explicar melhor meu ponto de vista.

Muito tempo antes de conhecer Cornelia Funke ou seus livros, eu vi o filme baseado em “O Senhor dos Ladrões”. O filme me encantou de certa maneira que fiquei fascinado e pesquisando a fundo descobri sua origem e fiquei curioso. Anos depois consegui finalmente comprar o livro e comecei a ler. Li a maior parte do livro quando, percebi que simplesmente toda a magia que me prendera ao filme não me prendia ao livro e assim o abandonei. Neste ano que começa decidi ler todos os abandonados e rejeitados de minha estante e esse foi o primeiro da lista.

Faz dois dias que acabei de reler a incrível história do Senhor dos Ladrões e seus parentes; de Próspero e Bo; de Victor e suas tartarugas; de Vespa, Riccio e Mosca; do Conte e Contessa; de Ida e as freiras; de Esther e do Barba-Ruiva. Coloquei neste parágrafo praticamente todos os personagens que aparecem no livro, pois é incrível como Cornelia consegue trabalhar com cada um deles. Todos esses que citei e, talvez mais alguns, são tão marcantes e importantes para a história que é extremamente difícil dizer que Scipio, o Senhor dos Ladrões, é o personagem principal. Esse com certeza é um ponto alto do livro e é, ao mesmo tempo, minha única reclamação.

Fiquei maravilhado com esse trabalho de personagens que Funke fez em seu livro, mas, creio que esse seja o motivo para a história ter ficado extensa. Devo avisar para os que já leram que não isso não me abalou tanto assim e aos que vão ler que esse ponto negativo vem um pouco do leitor, pois, depois de reler (e dessa vez por completo) percebo que na primeira vez não estava preparado para o que o livro queria passar. Entenda, para que o leitor aproveite essa história é necessária uma quantia razoável de paciência e eu não tinha nem um pouco dessa quantia na época.

Apesar desse infortúnio, entendo o que Funke fez com o livro. Dessa maneira mais detalhada da vida dos personagens nos apegamos mais a eles e no final toda emoção que já existiria vem em dobro. Diferente do filme o final é realmente de arrancar lagrimas, pois, mesmo com um pequeno lado fantasioso Cornelia nos trouxe uma situação muito real, o romance se passa ao redor de crianças moradoras de rua e consegue nos cativar de uma maneira inovadora e passional, não como muitos outros livros que nos prendem pela sequência eletrizante de fatos. Outro ponto forte na história é a ambientação, todo o romance se passa em Veneza. A forma que a autora envolve a cidade é muito gostosa de ler e todos que lerem o livro vão acabar querendo conhecer a cidade.

Recomendo a todos “O Senhor dos Ladrões”, principalmente, aqueles que querem inovar com a leitura e se emocionar com histórias tão reias que qualquer um pode se identificar, pois, todos nós, quando éramos crianças, desejamos nos tornar adultos pelo menos uma vez e quando crescemos queremos voltar para os tempos de infância.

4 comentários:

  1. Curioso cada leitor tem uma visão diferente, eu li esse livro faz um bom tempo e não achei comprido demais, pelo contrário, lembro que devorei em pouco tempo. Esse livro me traz boas recordações e agora fiquei com vontade de ler de novo. :)

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    1. oi!
      É cada um tem seu ponto de vista. Agora não quero que você fique com a impressão que achei muito extenso e chato o livro. Pelo contrario, quando entendi o que a autora vez não larguei mais! E com certeza vale a pena ler de novo!

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  2. Eu acho que há mesmo momentos em que não estamos preparados para determinada história! Isso acontece comigo às vezes. Se estou muito focada em determinado assunto, ou em um estado de espírito incompatível com a história, eu a abando, e então, meses depois, posso me apaixonar pela história que há meses atras não me prendeu. É preciso estarmos preparados para história.

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    1. Que bom que você gostou da resenha e concorda com o que eu disse! É bom saber que outras pessoas tem o mesmo ponto de vista!

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