Hemus
Jules Verne - 181 páginas
Jules Verne - 181 páginas
Júlio Verne é um dos meus escritores
prediletos desde que eu tinha dez anos de idade e comecei a ler um livro adaptado
de “20 Mil Léguas Submarinas”. Agora, já li suas três principais obras (“Volta
ao Mundo em 80 Dias”, “Viagem ao Centro da Terra” e “20 Mil Léguas Submarinas”)
no formato original e estou começando a encontrar outros livros não tão
conhecidos de Verne. Este é o caso de “O Senhor do Mundo”.
Para aqueles que, assim como eu, apreciam
o trabalho de Jules Verne, não preciso informar que é muito raro encontrar
outros livros do autor, além dos três mais famosos citados a cima, nas
livrarias. Talvez encontre um exemplar de “Da Terra à Lua” esquecido em uma
estante e não muito mais do que isso. Realmente é triste a situação em que os
livros de Verne se encontram no Brasil. Porém, um belo dia andando na mais bela
livraria de todas deparo-me com “O Senhor do Mundo” fiquei intrigado e na mesma
hora comprei o livro.
Pesquisando mais a fundo descobri que “O
Senhor do Mundo” é uma continuação. Continuação de “Rubor, O Conquistador”,
lançado anos antes do livro em questão, porém, acredito que não é nem um pouco
prejudicial ao entendimento da obra que se leia na ordem inversa.
Bom, a história é bem típica de nosso
ilustre autor. O pai da Ficção Cientifica adorava inventos avançados para
tecnologia de sua época e escrevia como se estivesse desvendando o futuro. Nesta
obra não é diferente, temos a magnífica invenção do Assombro, um carro, um
barco, um submarino e um avião, unidos na mesma máquina.
O personagem principal é um inspetor de
polícia americano chamado Strock. Um homem, cheio de curiosidade e com
compulsão de descobrir grandes mistérios, que parte em busca do Assombro e de
seu misterioso capitão que se autodenomina o Senhor do Mundo. Com certeza o
livro é um prato cheio para aqueles que, assim como Strock, gostam de aventuras
e mistérios.
Devo mostrar também que, infelizmente, o
livro tem alguns pontos fracos. Primeiramente a edição. A editora não é muito
conhecida e, provavelmente, não é uma editora de grande porte, sendo assim, a edição
não é uma das melhores. Não está nem um pouco atualizada com a gramática atual –
exemplo: “êle” ao invés de “ele” – e, além disso, alguns erros são bem perceptíveis.
Depois, devo relatar sobre as gravuras.
Sim, o livro é recheado por algumas gravuras, cerca de duas a cada quarenta
paginas. São belos desenhos em preto e branco que ajudam bastante na hora de
idealizar o local em que se acontece a história. O problema é que, as gravuras
estão sem nexo! A editora simplesmente espalhou pelo livro os desenhos de modo
que o que representam só é mostrado muito para frente ou muito para trás no
livro. O leitor não consegue encaixar a imagem que vê ao que esta lendo, outra grande decepção no livro.
Um ponto que pode ser negativo para
alguns é que a história é muito descritiva e detalhista. Principalmente nas
cenas em que certo objeto ou certo ambiente é descrito. Eu, particularmente,
gosto dos detalhes, mas, confesso que nesse livro chegam a ser um pouco
exagerados.
Apesar desses pontos
negativos, recomendo a leitura. Verne é um escritor excelente e deve ser
lido. Não aconselho que comece a ler Jules por esse livro, mas, ainda sim, vale
apena ler algum dia.

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